Talvez por estarmos habituados a ver a BD como uma arte para desenhadores, transcuramos o guião. O que é certo é que, com um mau guião, nunca se poderá fazer uma boa história, mesmo que o desenho seja de mestres.
Escrever um bom guião não é tão fácil como possa parecer à primeira vista nem tão difícil que não possamos aprender a escreve-lo. Se lermos as aventuras de Asterix escritas por Goscinny, ou as do Tenente Blueberry, por J. M. Charlier, entre outras, dar-nos-emos conta disso. Em primeiro não é só saber escrever, há algo bem mais importante como as sequências, acções, documentação, efeitos especiais, encadeados, ritmos, etc.
Imagine um arranha-céus construído sobre uns alicerces pouco profundos; pouco tempo após a sua construção este ruiria levando a tribunal o arquitecto e o construtor.
Na BD passa-se o mesmo ou quase: o arquitecto será neste caso o guionista; o construtor é o desenhador e os alicerces da obra são o guião, que, sendo “pouco profundo” mal construído, levaria à não publicação da história e, pior, desacreditaria as assinaturas dos seus autores para o futuro perante um publico que exige ser bem servido.
Pois bem, vamos iniciar com algumas descrições sobre composição do guião, e só na segunda parte darei um exemplo prático de como escrever uma história, da sua nascença até ao produto final.
O barco vai partir; segure-se bem!